sexta-feira, 27 de junho de 2014

REFÚGIO AZUL


O cobertor ganha tons proféticos na noite fria de outono enquanto a pele racha
Suas farpas aquecem a largueza do leito com matizes de azul profundo
Onde orações inconclusas se perdem.
Imagens se deleitam na forma límpida em que surgem sem pé nem cabeça
Com requinte de assassinos e suas armas de luxo
Para assustar a quem de um lado para o outro rola.

O apetite é vão, é lembrança, é medo das sombras
Não despreza o frio essa mulher, nem o conforto, nem os temores noturnos que diante do sono esvaecem.
Tudo é vida, tudo é percurso.

Sai do azul e do teto olha para aquela que ali se refugia 
Rendendo graças pelo esquecimento que não vem das cinzas da noite
Mas de um cobertor azul.

Tela de George Lawrence Bulleid - 1858/1933 - Pintor Inglês.
Terê Oliva

http://tereoliva.blogspot.com.br