sexta-feira, 16 de março de 2012

SEXO CORROSIVO

O desencontro se deu no olho vesgo
Castanha íris, fragmento de fruto seco.
Humilhado desejo morreu ainda a caminho da cama 
Sem gerar lágimas, por há muito sê-las menor cisco
No todo da maré dos dias 
Onde a nau em hora incerta naufragou

As dobras do lençol revelam mais um tanto
Se bom ou mau somente um frenesi do espírito confessará
Ao corpo na realidade crua do agora.
Relativo se mostra porém, gozar alhures
Se o amor no porta-retrato, ladino espia 
Sobre a cômoda empoeirada que se esqueceu de limpar.

O repulsivo odor das insônias
Traz um  toque de lembrança do sexo corrosivo
Entre tijolos e pedras desmoronadas
Do quarto largo onde se gozou um dia.


Tela de Leonora Carrington - (1917/2011)
Pintora Inglesa.

Terê Oliva - (1996)
http://tereoliva.blogspot.com.br





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