domingo, 2 de fevereiro de 2014

OS PEIXINHOS DA LILI


   Lili, minha neta, adora 'pescar' os minúsculos peixinhos que pululam no lago do restaurante onde sempre vamos, aqui pertinho de casa. Ela os pesca com copos descartáveis, e neles mesmos os conserva com esperança de que cresçam e tornem-se dourados.
  Numa dessas madrugadas calorentas, eu que pouco durmo, acordei sedenta e meio sem rumo. Ao ver o copo com água sobre a mesa da sala, não pestanejei. Glup, glup, glup...
Confesso que achei o gosto meio estranho, mas no momento não dei importância ao fato e voltei aos braços de Morfeu. Se desperdiçasse o sono, ele não mais me alcançaria.
   Só quando amanheceu percebi que havia bebido os peixinhos da Lili.  Furiosa, ela me deu a maior bronca e fez o inventário completo - "Vó, eu não acredito, você matou 6 peixinhos, só sobrou um... "
   Fiquei mais preocupada por ter bebido a água do que por ter ingerido os peixes, proteína, se é que não houvesse algum girino nesse pacote; mas como sempre faço porque assim dá certo, deixei prá lá e esperei. 

Como nada aconteceu, nenhuma alergia, nenhuma pipoca pelo corpo, nenhuma dor de cabeça ou em qualquer outro ponto, concluí que apesar da tristeza da neta-sereia, tudo não passou de uma simples confusão que rendeu uma divertida e inesquecível história de família.

Terê Oliva