domingo, 20 de julho de 2014

ENTRE PARALELAS DE AREIA

A cabeça se torce e contorce entre as paralelas de areia que caem da ampola de vidro
Dessa vida sem frente nem trás.
Enlouquecida ampulheta que guarda em cada grão a rendição dos dias ante o desdém do destino
Que nas suas partículas de rochas degradadas quebra os dedos do sonhador.

Busca a mulher com mãos dessa areia cheias

 Um regato que murmure a voz da razão das coisas todas
Daquilo que não é mas poderia ser

Daquilo que não foi mas deveria sido.

Há no todo uma inescapável lógica que só tarde se revela nos ventos
Que desfazem as dunas frente ao tempo do mar.

"Andakt" - Carl Axel Printzensköld -1864/1926- Pintor Sueco.

Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br