Deixa-me acordada a noite inteira Não descanses de mim Nem ouças meu múrmúrio ao dizer não. Adoça minha boca com beijos rasantes Em meu corpo exposto todo percorrido. Balbucia segredos indecentes, obscenos A quem ninguém mais confias. Afaga meus olhos com teu olhar transparente Sem nada a dizer por ser vão Mas em brilho tudo dito. Atiça meus pelos de emoção e frio de língua. Arrepia-me cada centímetro de pele alva e nua. Quebra os relógios, enlouquece os ponteiros... Todas as ampulhetas do mundo destrói Para que o tempo de mim te seja eterno. Tranca portas Em cortinas de veludo azul Cerra do espaço qualquer pedaço de luz atrevida Que não seja a que emana de nossos corpos Pacíficos, suados no gozo Plenitude domada na morte do desejo Luto bendito Em hosanas comemorado Nos braços um do outro.
Tela de Tom Lovell (1909/1997) Pintor e Ilustrador Americano.
Terê Oliva.
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