Oi, Inês. Dona Inês das Pedras lá do além mar. Amiga nova e intensa que me põe logo a pensar.
Nem caminhei pelas primeiras páginas e já cá estou para discutir contigo. Soube que és amiga íntima do Fernando e, parece-me que, como ele, vais me despertar a magia do grafite e essa amizade corriqueira de mesa de bar, onde se bebe vinho -um bom tinto português, com certeza- e se aceita ou se discorda da filosofia amiga.
Falação e espírito purgando na líquida noite.
Também creio nesse lúcifer, em letra minúscula por não merecer maiúscula, escondido nos tecidos de Deus. Se assim não fosse, não veríamos tantas bestas criadas a matar criancinhas e a fomentar o mal em sua pura essência.
Mas Deus não explodiu na flor da solidão, ou criou o mal para companhia, por que solidão não explode em flor de luz. Ela é massuda e pesa, e Deus não se enredaria nessa armadilha de Si Mesmo.
Ele se incendiou foi de amor. E amor é coisa assim.... tão forte e quente que não se sabe expressar ou mais sentir, e se completa no sem fim dos detalhes para aperfeiçoar o já perfeito e pronto.
Quando o bastante não é bastante, se ama.
E se primeiro nasceu a rosa ou o leão pouco importa, porque da pétala veio a flor inteira, a camélia, a tulipa e todas as outras, da girafa o pescoço, das garras e presas as feras. E a formiga, e a cobra, e a borboleta apenas se bordando asas nos seres rastejantes.
Num estalar de dedos, gritando o ainda distante Eureka, voaram pássaros entre águas e pedras.
Logo passeou Ele em espaços sem fim, criando no passo campos para pisar macio e brincar criança com sua aquarela colorida.
De uma gota escorrida sem cuidado fez-se o borrão, do borrão surgimos nós.
Logo então Ele sorriu da própria tolice e foi descansar.
Tela de Idovico Marchetti - (1853/ 1909)
Pintor Italiano
Teresinha Oliveira.
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