quinta-feira, 13 de junho de 2013

PONTO ZERO

Recolho-me ao meu quarto de poucos metros e muitas histórias.
Nessa quietude azul de cortina fechada
Imagino se meus pensamentos não contém
A cerne de milhares de pensamentos daqueles que
No alvoroço das rotinas escapam dessa angústia de viver
Curvando-se à monotonia do destino, aos sonhos improváveis.
Nessas horas vivo minha humanidade em plenitude.
Cada célula pulsa como se Deus se aproximasse
Arrastando seus mistérios.
Pouco dura esse frenesi religioso que mais parece uma oração sem palavras.
A razão do olho aberto logo recompõe essa fluidez corpórea
Tudo de novo se materializa e amplia o sólido palpável e incompreensível.
Fico de pé e tonta, recomeço do ponto zero.

"An Evening Home"
Tela de Edward John Poynter - 1836/1919

Pintor Inglês.

Terê Oliva

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