"Passei a vida inteira a querer interpretar-te - oh! delicioso desperdício!- e nem sequer era por amor." Inês Pedrosa em "Fazes-me Falta" Pág.19 - Editora Alfaguara.
Também nós o fizemos.
No jogo de xadrez interminável que esgotava as emoções rotas
Das nossas noites
Sentados nos sofás macios da varanda que planejáramos em cada detalhe nos tempos do amor.
Nenhum de nós dois conseguia vencer, ou ao menos compreender a batalha medieval que saía do tabuleiro para a vida real.
Também nós o fizemos.
No jogo de xadrez interminável que esgotava as emoções rotas
Das nossas noites
Sentados nos sofás macios da varanda que planejáramos em cada detalhe nos tempos do amor.
Nenhum de nós dois conseguia vencer, ou ao menos compreender a batalha medieval que saía do tabuleiro para a vida real.
O xeque-mate, o rei morto, nunca morreu.
A glória da vitória não foi minha ou tua porque o jogo terminou na escuridão dos derrotados.
Nem os mestres russos poderiam se movimentar incólumes no quadrado bicolor encharcado de vodka, lembranças e lágrimas.
Lágrimas minhas, lágrimas tuas
Insolúveis no caldo do luar sem arremate.
Adordoado rei sem caminhos diante da rainha de vestes esfarrapadas que arrastava seus mantos para longe de ti.
Perda de tempo.
A guerra se transformou em nosso sonífero.
A corte bocejava enquanto os cavalos pisoteavam tudo o que ainda pudesse restar de pé.
Até os peões, derradeira linha de esperança, se viram esmagados pelo nosso cansaço.
Amor logo não era, se é que algum dia o fora, pois todo amor é feroz.
Se o nosso, verdadeiro fosse, com um gesto violento atiraria o tabuleiro contra a parede e arrastando-se, cataria as peças do chão.
Tela de Liana Moiseeva - Pintora Russa
Terê Oliva -Teresinha M. de Oliveira
http://tereoliva.blogspot.com.br
A glória da vitória não foi minha ou tua porque o jogo terminou na escuridão dos derrotados.
Nem os mestres russos poderiam se movimentar incólumes no quadrado bicolor encharcado de vodka, lembranças e lágrimas.
Lágrimas minhas, lágrimas tuas
Insolúveis no caldo do luar sem arremate.
Adordoado rei sem caminhos diante da rainha de vestes esfarrapadas que arrastava seus mantos para longe de ti.
Perda de tempo.
A guerra se transformou em nosso sonífero.
A corte bocejava enquanto os cavalos pisoteavam tudo o que ainda pudesse restar de pé.
Até os peões, derradeira linha de esperança, se viram esmagados pelo nosso cansaço.
Amor logo não era, se é que algum dia o fora, pois todo amor é feroz.
Se o nosso, verdadeiro fosse, com um gesto violento atiraria o tabuleiro contra a parede e arrastando-se, cataria as peças do chão.
Tela de Liana Moiseeva - Pintora Russa
Terê Oliva -Teresinha M. de Oliveira
http://tereoliva.blogspot.com.br
2 comentários:
PERFEITA ANALOGIA...PERFEITO ESPAÇO.
Livro maravilhoso este da Inês...
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