terça-feira, 25 de setembro de 2012

BEIJO NA BOCA.

Tela de Constant Joseph Brochard - (1816/1899)
Pintor Francês.

Da sequidão de meus lábios rachados escorre a gota vã
Ante a lembrança do teu beijo esgotado no fogo que consumiu
A canção dedilhada na harpa em fluídas notas de amor.

O desejo, a essencial malícia para usurpar os contornos
Os cantos, os céus e as línguas no afã dos apaixonados com doentia pressa 
Loucos nesse querer insatisfeito sempre, sempre ...
Evaporou na própria urgência frustrada.

Calou-se o beijo de indiscutível posse 
Na ausência do furor cego que corrompia o tempo e o espaço.
Murchou, nu de ternura no mastro caído
Da bandeira branca desfraldada aos ventos de toda questão além
Das fronteiras da boca amada.
O beijo sem filosofia, sem filtro, só beijo de boca beijado
Folha seca voou.

Terê Oliva.

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