Tela de John Singer Sargent - (1856/1925) Pintor Americano nascido em Florença.
Quem tu és, afinal
Estranho homem que nas espirais do meu desejo
Transita nu e se contorce no turbilhão de rendas
Das minhas camisolas velhas?
Ao consumir meu ser jamais sacias tuas células sedentas.
De minha alma o último pedaço exiges
Como se algo restasse que já não te fora oferecido e
Voado como folhas amarelas ao vento num fim de outono.
Meus dons, vagos dons que não atam nó ou dão liga, bem sei
Apenas armam laços com os cachos de uvas no vinho à mesa
Para que amenizes a sequidão das tuas escolhas.
A angústia foi o molde que forjou teu corpo e corrompeu teu espírito
Talvez obra de um mestre artífice que da vida e dos seres só mal intuiu.
A insânia que dentro de ti vigia, com sofismas ilógicos
Onde o amor e a delicadeza das ilusões não são possíveis
Só o negro e a dor acolhe como reais.
Que assim seja, amém sob um céu de temporal.
Findou-se a trégua em meu coração rompido
A arrogância selou teu cavalo alado e partiu em galope
Pelas diagonais das luas findas.
Sem mais argumentos, com sangue escorrendo das mãos
Murros em faca
Ofereço às vestes do tempo, lento senhor da verdade
Os pesos em ouro da cega deusa que através dele tudo mede. |
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