"Love" - Tela de Anthony Frederick Sandys (1829/1904)
Pintor Inglês.
O amor parece magia, espuma que transborda da taça cardíaca
Dissolvendo o ser na calidez do espaço-tempo paralelo.
Alma caramelizadade numa calda de fruta, onde o açúcar para muito conserva no tempo
Tal qual fruta porém, o amor também cai distante da árvore, azeda e mofa quando não se ferve no grau correto
Ou não se repõe os pedaços comidos do todo no pote.
Aí fica o sujeito desquerido numa sofrência funda
Cara de coitado que todos conhecem, por ter visto no espelho
Nos outros com quem se convive ao largo e ao estreito.
Logo segue o ser de coração partido, desenrolando seu carretel de mágoas para quem quer ouvir ou não.
Mulher então pior fica.
Se desespera na solidão de andar sem braço dado, cama vazia
Quando se apaixona é um Deus nos acuda
Nada mais há de serventia nessa vida além desse sentimento que pensa eterno
Faltou alguém a lhe contar que eterno nem o viver é
A vida acaba sem aviso, na veia que arrebenta, no caminhão sem freio, no mar sem pé
Nem um réles minuto a mais se consegue para a palavra final.
Tal insensato amor apoquenta aqueles que por perto circulam e testemunham
Sem poder de convencimento a colocar um grama de juízo nessa cabeça de lamúrias.
Tamanha paixão através de outras setas poderia ser lançada
Diversos seres, camuflados destinos.
Nem só Cupido é deus na mitologia dos homens errantes. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário