Uma beleza de estampilha amolda o rosto do jovem que dobra camisas Na loja decadente da rua de baixo. Ele dissolve-se nas velhas prateleiras abarrotadas de roupas masculinas de mau gosto. Sua face de esculturais traços é desumana. O humano é imperfeito, não comporta o êxtase que esse olhar azul instiga Nem os pelos da sombra de barba que definem seu maxilar quadrado. Pobre moço pobre que incrusta sua virilidade entre as paredes mortas que o cercam e dizimam.
Viro-me e saio da loja como quem abandona um amigo à própria sorte. . Tela de Pablo Picasso - 1881/1973 - Pintor Espanhol. Terê Oliva |
Um comentário:
Saudade!
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