quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

NEVRALGIA


A dor esconde-se em cada fresta da parede, pelos cantos esquecidos da casa
No passo, no toque na face, na pressa ao correr do sangue.
Como uma aranha, tece sua teia no silêncio da intenção.
Na inércia dos nervos, controla-os.
Montada em uma biga que dispara entre as ruelas do pânico mantém as rédeas curtas 
Porém sua esquerda é frágil.
Qualquer pedregulho, buraco no caminho, a leva do chão para os confins de um céu nunca imaginado.
Não há como voltar ou interromper o infausto cortejo
Nenhuma ação a dissipa
Nenhuma foice tem em seu gume o corte para tal cabeça.
A fúria da dor queima e destrói cada célula nervosa que encontra em seu percurso
E ao chegar no cérebro explode, pura como uma estrela que morre.

Tela de Yuriy Ibragimov - (1961) - Uzbequistão.
Sleepless - Óleo sobre tela.

Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br  

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