Tela de Moritz von Schwind - 1804/1871.
Pintor Austríaco.
Rachei o mármore, perdi a pedra
A face da escultura
Antes de viver, morreu.
Cortei-me nas lascas e o sangue desperdiçado
Pelo chão correu em fio
Na névoa maçante do verão.
Davi atravessa os séculos
Inclina a cabeça e me abre os braços.
-Amor de consolação-
Sento-me ao lado de Leighton
De Modigliani, dos russos que amo
De Tissot, de Dalí.
Nem eles, em uníssona caridade, traçam em mim
A pincelada segura.
A luz se perde nas pétalas brancas
Da flor desistida.
Gentil ganso solta uma pena.
Tinta logo aparece
Geração espontânea nas mãos sempre delas manchadas
O verbo desliza pelo meu ombro, as palavras
Revelam com o ar da respiração funda que gira
Num redemoinho de espinhos, lembranças...
A música da carne guardada nas veias do tempo.
Véus e ideias esvoaçam no céu inútil
Perdem-se entre meridianos e paralelos de linhas tortas
Que mal escrevem uma história. |
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