terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

RUIVA

Pintou os cabelos de vermelho
Ruiva
Olho verde bem aberto
Leoa de estrelas e tez.


Fios de juba ao vento
Nas planícies da África que seu sangue não compõe
Porém ferve 

Seduzido pelo Rei.

Recolhe ossos e ciscos
Restos de morte, pedaços de vida
Pelo chão da floresta coagulado de tempo.

Na toca os guarda, tesouro de seus apreços.

Sobre a pedra se ergue
Selvagem no mineral há muito abandonado

Hesita
Ante o silêncio da vastidão sem eco.

Espanta os bichos e faz as águas tremerem
No grito que longe vai e agoniado rastreia
Mas o trono está vazio.  
O som se esvai
Entre suas patas que para além do fim caminham.

Telas de Anthony Frederick A. Sandys - (1829/1904)
Pintor Inglês.


Terê Oliva

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