domingo, 28 de abril de 2013

GRATIDÃO


Agradecer a ti, amigo
Pela alforria dos azedumes

Que há tanto entre arames
Acomodaram-se no círculo de dedos entrelaçados.
No balanço do metal escarneciam e de si mesmos
Cada vez mais gordos, se alimentavam.

Agradecer a ti, amigo
Pela maré-cheia de juventude que num arroio brota
Recompensa da espera que agora se abranda nos teus olhos

Que gotejaram nova jornada, eu viajante
Na volta à natureza, aos frutos
Carambolas, tamarindos...


Agradecer a ti, amigo
Pelas raízes que nas masmorras julguei mortas

Jasmins recolocados dentro de livros, flor na água.
Encontro entre tantos desvios nas dobras do eu labirinto.
Deleite ao te saber por perto, perto ao gosto da língua 

Afiado amor no gume do destino de um talvez.

Grata repouso, na escarlate insegurança de viver paralela a ti.

Tela de Ilya Yefimovich Repin - 1844/1930
Pintor Realista Russo.

Terê Oliva.



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