As palavras calmas não servem de renda para a minha poesia.
Não enfeitam nem me criam desejo de vesti-las de verso. Preciso das que se encondem sob as pedras da memória Nos armários trancados, nos livros todos que li e reli Nos muitos e tantos que guardo e talvez nunca leia. Com certeza faltar-me-á vida.
Gosto daquelas que ninguém recorda Que quando aparecem todos se espantam e perguntam Uns aos outros com o sem jeito da dúvida: O que é isso? Será aquilo? Talvez outrossim. Mas qual... Ninguém lanceta um caroço da Língua Necessária se faz paciência de dicionário.
Porém quando a desnudam Encontram o brilho da sua beleza esquecida Nesse esfarrapado vocabulário mundano Onde caralho se tornou interjeição.
Tela de Pietro Antonio Rotari - 1707/1762 Pintor Italiano.
Terê Oliva. |
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