A cidade acorda sob meus pés. Da minha janela alta vejo seu despertar com meus olhos estagnados Numa insônia de quase dias. Há telhados e gentes, rotinas e meu cansaço Num longínquo sono onde me desconheço. O chumbo de minhas pálpebras não se derrete nos cílios. Sinto a respiração no sangue que atravessa minhas veias Penso no que não penso e deixo-me ir, inerte Nos barcos que ao longe cortam a baía. A carícia da paisagem onde não me incluo Revela a fragilidade das horas inúteis do meu desassossego. Uma brisa de sol se espalha pelo quarto. Quisera ser o fantasma de um pássaro... Não sei se durmo ou se desço as escadas.
Tela de Robert Alott - 1850/1910 Pintor Austríaco.
Terê Oliva
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