quinta-feira, 3 de outubro de 2013

BORBOLETA RECÉM-NASCIDA



Em seu ócio requintado, sobre as colunas clássicas que sustenta sua cela
Ela chora rente à loucura.
Não com as lágrimas dóceis dos débeis, mas com uivos de animais feridos.
No silêncio escuro, a mulher parasita em seu tempo
Quando esquece seus versos preferidos, e dos poetas fogem-lhe os nomes.
Quando todas as ideias brilhantes se revelam líquidas.

Quando as pessoas arrogantes, que são inúteis, sentam-se nas cadeiras de vime que sua memória conserva.

O vazio que a circunda não tem asas, mas tem cores e ecos no bater das asas de uma recém-nascida borboleta
Que no cio do ar frio se esmaga contra o vidro da janela mal rompe a manhã.
Um sentimento de naufrágio inunda de vez sua ansiedade pelo dia
Na palidez do futuro que para ela não tem mistérios.


Lynn Ann Sanguedolce - Pintora Americana Contemporânea.
Terê Oliva

http://tereoliva.blogspot.com.br 

 

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