Minha vontade goteja cansaço
Nem mesmo a imaginação mais me seduz.
Já pari, já plantei árvore que dá flor e fruto
Já escrevi tolices e talvez algo que valha.
Viajar quase não viajei por não gostar de trilho e ar
Água não me assusta
Mas dela abdiquei por estar quieta em meu lugar
E dele gostar, sem querer sair
Ver além do que já vi me enfada os olhos.
Amar gente nova talvez não possa
Pois o amor já gastei nas festas da vida.
Os que estão longe, nos dedos contados
Amo com esse amor de distância, que dói saudade
Na ausência persiste e cresce, pois a desaparição conserva
A sombra da palavra e do gesto que na memória se finca.
A sombra da palavra e do gesto que na memória se finca.
O gostar, mais intenso que o amar
Conjugo no desalinho do diário viver
Sem querer em cerúleas visões comemorar
O que em mim brota sem regra
Ou cuidado qualquer.
Tela de Cayetano De Arquer Buigas - Nasc.1932
Pintor Espanhol.
Terê Oliva
Sem querer em cerúleas visões comemorar
O que em mim brota sem regra
Ou cuidado qualquer.
Tela de Cayetano De Arquer Buigas - Nasc.1932
Pintor Espanhol.
Terê Oliva
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