Fujo do espelho.
Fronteira final da beleza perdida
Que no alarido da memória
Fronteira final da beleza perdida
Que no alarido da memória
Mantém estampada no cristal a face que se consumiu.
Fujo do amor que na safra esgotada
Persiste brotar. Amarelo, ferido
Como fruto maduro que longe cai do pé
Levado por vento e chuva de muitas estações.
Levado por vento e chuva de muitas estações.
Fujo do amor cujo tempo passou e não foi colhido
Por estar oculto entre ramos de árvores ariscas
Ou disfarçado em sabor que ninguém conhece
Prometendo azeduras e possíveis venenos.
Fujo do amor que no folguedo das pétalas
Se abre em insensata flor.
Dádiva sem tempo para ser cumprida
No labirinto do estéril pólen que nada fecunda.
Fujo do amor ao gesto do audaz carniceiro
Colono de corpos na noite sem fim
Que convida a passear no paraíso da vida roubado
Antes de abandonar no inferno de vidro
A mulher de verdes pupilas estilhaçadas.
William Newenham Montague Orpen
(1878 / 1931)
Pintor Irlandês
" The Eastern Gown " - 1906
Terê Oliva
Fujo do amor que no folguedo das pétalas
Se abre em insensata flor.
Dádiva sem tempo para ser cumprida
No labirinto do estéril pólen que nada fecunda.
Fujo do amor ao gesto do audaz carniceiro
Colono de corpos na noite sem fim
Que convida a passear no paraíso da vida roubado
Antes de abandonar no inferno de vidro
A mulher de verdes pupilas estilhaçadas.
William Newenham Montague Orpen
(1878 / 1931)
Pintor Irlandês
" The Eastern Gown " - 1906
Terê Oliva
Um comentário:
Pelo contrário, a beleza ainda esta ai dentromocinha!.
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