Tela de Pierre de Mougins - (1966)
Pintor Francês Contemporâneo.
A filha, que até então não dera palpites, lembra a todos que D. Maria tem piscina, e que D. Ricarda, há muitos anos se vangloria da previdência do marido que lhe deixou antes de morrer a cisterna, de não sabia quantos mil litros, pronta. Que Deus o tenha num bom lugar!
Pedir água emprestada? Não gosto de pedir nada emprestado na casa de ninguém. Depois a vizinhança fica falando...
Sem graça e sem outro jeito, carrega ela e os meninos, baldes cheios numa via crucis sedenta. Com água medida faz o almoço, lava louça, limpa casa e banheiro. Guarda até um pouco para necessidade vindoura.
O sol sem dar trégua, corrói o esqueleto e parece brotar em calor de dentro para fora nos corpos suarentos. Não há sombra que o amenize nem água gelada que o aplaque.
Banho! É dia quente para muitos banhos: banho ao acordar, banho antes do almoço e do jantar, banho ao dormir.
A água já chegou? Não! Tem certeza? Não esqueça a torneira aberta...
Com dinheiro contado para as compras do mercado e padaria, decide a mãe, que a ele espicha com talento e competência, que é melhor comer ovo a semana inteira limpa do que dormir suja.
Telefona e pede um carro-pipa; sem pestanejar troca o valor da carne e dos supérfluos por uma refrescante chuveirada.
Pintor Francês Contemporâneo.
A filha, que até então não dera palpites, lembra a todos que D. Maria tem piscina, e que D. Ricarda, há muitos anos se vangloria da previdência do marido que lhe deixou antes de morrer a cisterna, de não sabia quantos mil litros, pronta. Que Deus o tenha num bom lugar!
Pedir água emprestada? Não gosto de pedir nada emprestado na casa de ninguém. Depois a vizinhança fica falando...
Sem graça e sem outro jeito, carrega ela e os meninos, baldes cheios numa via crucis sedenta. Com água medida faz o almoço, lava louça, limpa casa e banheiro. Guarda até um pouco para necessidade vindoura.
O sol sem dar trégua, corrói o esqueleto e parece brotar em calor de dentro para fora nos corpos suarentos. Não há sombra que o amenize nem água gelada que o aplaque.
Banho! É dia quente para muitos banhos: banho ao acordar, banho antes do almoço e do jantar, banho ao dormir.
A água já chegou? Não! Tem certeza? Não esqueça a torneira aberta...
Com dinheiro contado para as compras do mercado e padaria, decide a mãe, que a ele espicha com talento e competência, que é melhor comer ovo a semana inteira limpa do que dormir suja.
Telefona e pede um carro-pipa; sem pestanejar troca o valor da carne e dos supérfluos por uma refrescante chuveirada.
Tela de Alfred Stevens - (1823/1906)
Pintor Belga.
Algum tempo depois, talvez uma hora ou duas, escuta o gorgolejar dos canos.
A água chegou com força e volume.
Jules Scalbert - (1851/1928)
Pintor Francês.
Teresinha Oliveira.
Pintor Belga.
Algum tempo depois, talvez uma hora ou duas, escuta o gorgolejar dos canos.
A água chegou com força e volume.
Jules Scalbert - (1851/1928)
Pintor Francês.
Teresinha Oliveira.
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