sábado, 12 de novembro de 2011

ÁGUA E SABÃO




Minha casa sufoca no pó que aqui repousa
Sem o viço e perfume de outrora.
As aranhas tecem suas teias e, incólumes
Passeiam por onde bem entendem.

A dor elétrica de minha face amarra meus braços
Dispara lancinantes choques, imobilizando-me
Nas simples tarefas de água e sabão que tudo lava.


O agrilhoar do sofá me fere a vontade de vassouras
Troco-as por livros, filmes, inércia
Porque a dor assim se acalma e até perde o motivo.

Tela de Denys George Welles - (1881/1973)
Pintor Britânico.

Terê Oliva

Nenhum comentário: