terça-feira, 27 de março de 2012

GOLPE OBLÍQUO.

Não sou além do que a gota que se esgota.
Vento que em farrapos desmonta a imagem
Na nuvem mal definida e seca de presságios que tapa o sol
Que cria a sombra, que extermina o ser atrás dela caminhante.

 Não sou estrela vésper de pastor errante
Que urde fios de céu no amor, através das veredas em que se perde.
  Nem ao menos arbustos de flor pretendida prendo aos canteiros pelas raízes

E as pistas de pão, que a cada passo da minha espera na terra marco
Passarinho come, tal qual na história infantil.


No fio de um golpe oblíquo do desejo sobrevivo
Carregando meu cântaro com outras águas.




Tela de Valeriy Belenikin  - (1961)
Pintor Russo Contemporâneo.


Teresinha Oliveira.



Um comentário:

Penélope disse...

Cheio de ternura e delicadeza. Muito belo!!!
Um grande abraço e desculpa pelas ausências, mas como me falta o tempo!!!