O tempo não faz curvas nem cede à vontade dos mortais
Escorre, grão a grão, da imensidão das galáxias
Areia cósmica que embaça os olhos
Trava as juntas, atrofia músculos e desejos
Corrompe o sexo e retalha a pele.
Na ressaca de juventude que às águas do mundo revolvem
Camaleões bípedes tentam escapar incólumes
À velhice que os agarra e mói.
Correm loucos a catar as partículas das estações
Que o Dono dos Calendários espalhou.
Tentam, principalmente as fêmeas da espécie
Conservar a beleza usada aos ventos despregados
Que, disso apesar, novos archotes inflamam.
Abdicaram os seres da simplicidade das horas acumuladas
Sábias horas que apontam o caminho de outras fontes.
Águas que não refrescam o corpo gasto, nem cicatrizam os cortes
Da vergasta nele fundos, mas bebidas as devidas frações
Em vasos de barro, amenizam a lôbrega expectativa.
Dádiva líquida do Mestre Criador que, tão sábio
Doura o pêssego dos anseios findos.
Tela de Stanislav Plutenko - (1961)
Pintor Russo Contemporâneo.
Teresinha Oliveira
Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com
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