sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

POUSO.

Quiçá nessas terras áridas
Encontrasse ao léu, sem dono 
Sem companhia ou som
Além do meu próprio arfar
Um tapete de lã
Em simetria bordado.

Penas de gansos, muitas
Dos que se assustaram 
E as deixaram cair na partida do voo
Para longe, longe de nunca mais.


Flores miúdas, criando moita
Colorida, macia
 E mais quantos adjetivos perfumados
Para ela puder se achar.


Mangueiras viris sustentando rede.
Areia fina sem pegadas.
Grama imune à erva daninha e formiga.
Lençol de algodão, fresco da lavagem no rio perto.


Somente para saborear o ócio
Que me faz transbordar.




Tela de Charles Edouard Edmond Delort - (1841/1895)
Pintor Inglês.


Teresinha Oliveira.










2 comentários:

Andradarte disse...

Bela descrição, poeticamente feita....
Gostei de ler
Beijo

Anônimo disse...

longe de nunca mais :)