Não cabe em meu dedo Por ser mentira em ouro lavrada. Não se ajeita entre as pernas Por não valer a promessa. Não distrai a noite em folguedos Por roncar no leito o cego carniceiro. Não causa tremor Por ser rotina o furacão casto. Não enche os bolsos de ouro Por inábil talento ou sorte selada. Não abranda o fardo Por pesar nas costas as soluções sem rima. Não brota no fundo a semente de sol Por secar no sêmen extinto . Não cria poesia Por soluçar no papel uma dor indizível. Não mira o futuro Por morrer a visão na frieza das pupilas.
De que vale, enfim, tal amor se perdido? ...............
Tela de John Everett Millais - (1829/1896) Pintor Inglês.
Terê Oliva / 1996 |
Nenhum comentário:
Postar um comentário