quarta-feira, 9 de maio de 2012

IMAGENS DE UM AMOR PERDIDO.

Não cabe em meu dedo
Por ser mentira em ouro lavrada.
Não se ajeita entre as pernas
Por não valer a promessa.
Não distrai a noite em folguedos
Por roncar no leito o cego carniceiro.
Não causa tremor
Por ser rotina o furacão casto.
Não enche os bolsos de ouro
Por inábil talento ou sorte selada.
Não abranda o fardo
Por pesar nas costas as soluções sem rima.
Não brota no fundo a semente de sol
Por secar no sêmen extinto .
Não cria poesia
Por soluçar no papel uma dor indizível.
Não mira o futuro
Por morrer a visão na frieza das pupilas.

De que vale, enfim, tal amor se perdido?
...............

Tela de John Everett Millais - (1829/1896)
Pintor Inglês.

Terê Oliva / 1996

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