sexta-feira, 11 de maio de 2012

POEMA FLUORESCENTE


Tela de John LaGatta - (1894/1977)
Pintor e Ilustrador Ítalo-Americano.


Vou escrever um poema fluorescente
Somente com palavras rosas e azuis

Um poema que flutue nas águas dos rios em seu percurso
Tão leve que inseto carregue na transparência das asas
Tão simples que passarinho qualquer 
Assobie no primeiro pio da manhã
Para os namorados distantes.

Vou esconder esse poema
Com cheiro de grama récem cortada
Atrás dos penhascos do tempo.
Lá guardar os mistérios de amor
Do corpo de um e outro, em dedos contados
Nas noites renascidas a cada crepúsculo
Orvalho de sêmen e suor.

Quem sabe ainda esse poeta se redima
Dos versos de angústia que criou outrora
Com suas tristes metáforas 
Com seu grafite sem ponta de esperança
Quem sabe até mesmo, num rasgo de sorte
Um assombroso amor goteje em nova poesia
Dispa suas roupas e lhe ensine verbos novos.

Tela de Nicoletta Tomas - (1963)
Pintora Espanhola Contemporânea.

Terê Oliva




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