Há muitos anos no meu jardim plantei um pinheiro, miúdo e falante, que comigo conversava nas manhãs em que eu, sem outra tarefa além de revirar terra e mudar minhoca de casa para adubar vasos e cantos, por ali sujava as mãos de terra e observava em detalhes a vida desse mundo à parte do mundo real. Agora doentinho, passou a me preocupar. Acho que vou chamar um jardineiro especialista, de pinheiros curandeiro, que tenha dedos verdes e fale a língua das plantas para curar o meu amigo que no verão se machucou. Vejam vocês minha preocupação: responsável por um pinheirinho sem juízo viciado em sol! Para ele sempre se estende com cismas de se bronzear. Seus galhos longos e bonitos, nesse caprichoso destino, perderam cor. Tão quebradiços estão que até passarinho tem medo de neles pousar. Tomara que o sol, cansado de esquentar os dias, cochile logo na sombra do outono e meu pinheiro, que de adulto só tem tamanho, consiga enfim esverdear. |
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