Desligo as luzes.
Giro a chave e escondo sob o capacho
Bem-Vindo pelos pés sujos quase extinto.
Quem sabe um dia volto...
Quem sabe não.
Com pressa, agitada pelo futuro das horas
Ao buscar ou fugir.
Correndo para mim, esquivando-me de ti
Desço ladeiras, queimo ruas e esquinas
Não vejo o que olho nem sinto o que rasga.
Inflo os pulmões negros, verifico a carga:
Livros, cigarros, o casaco de couro ante o frio que me persegue.
Louca maratona de uma louca mulher já sem flama
Sem outros pés a não ser estes.
Céleres passos para um onde possível, com cama e pão.
Nos riscos tortos da minha mão trêmula
-Pó de grafite que borra mas não liberta-
Procuro alguma saída do labirinto que tracei
Com amor e razão vesga.
Quem sabe um dia escapo... Quem sabe não.
Tela de Sergei Potiha - (1966)
Pintor Ucraniano Contemporâneo.
Teresinha Oliveira.
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