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James Jabusa Shannon - (1862/1923)
Pintor Americano. |
O Beijo se comemora.
O dia da festa, sem que ninguém ansiasse ou nele pensasse, chegou.
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Miklos Barabas - (1810/1898)
Pintor Húngaro.
O Beijo ganhou um círculo vermelho no calendário sem se saber o porquê.
Dia esdrúxulo, que um sujeito sem mais de útil a fazer, escolheu
No céu da boca
De mulher amante ou moça namorada. |
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Edward Frederick Brewtnall - (1846/1902)
Pintor Britânico.
O Beijo decisivo
Do poeta, ou do político, ou do carinhoso compulsivo
Escolheu um dia inteiro só para si.
Daqui a pouco vira até feriado...
Entretanto ninguém viu, ao menos prestou atenção, na assinatura ilegível sob a romântica invencionice. |
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Francesco Hayez - (1791/1882)
Pintor Italiano.
O Beijo é caminho, logo depois da esquina do olhar.
Degustação de um amor que poderá vir a ser.
Muitos lábios se perdem, ao passearem lépidos sem rumo
Seguindo setas de emoções rasas. |
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Pietro Antonio Rotari - (1706/1762)
Pintor Italiano.
O beijo dos dóceis sonhadores, na deserção do desejo se oculta.
Na timidez se guarda, apesar de sedento.
Não os furtem daqueles que os anseiam e deles são dignos.
Daqueles que passam noites no claro da lua a imaginar
O sabor da saliva e a textura dos lábios desse amor fugidio.
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Walter Dendy Sadler - (1854/1923)
Pintor Inglês.
O beijo rejeitado calcifica.
Torna-se sal de desdém que por anos azeda a boca
Com o gosto do beijo sem uso.
O outro, que dele se esquivou, por já sabê-lo sem gozo ou motivo
Não encontra argumento que destrua a lógica louca do beijo insistente.
Não ser amado é incompreensível, não ser beijado grave injúria. |
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John Everett Millais - (1829/1896)
Pintor Inglês.
O Beijo veste sua roupagem de gala nos grandes momentos.
Permanece inesquecível no cetim, no laço de fita que o prende
Mesmo quando não passa de um frescor no quase. |
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Georgy Kurasov - (1958)
Pintor Russo Contemporâneo.
O Beijo pode ser traiçoeiro.
Serpentes e tesouras
Armaram alçapões através dos séculos da humanidade.
Marias e Josés exibem sua marca na face
Sem aprender a lição. |
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Pio Ricci - (1850/1919)
Pintor Italiano.
O Beijo guardado a sete chaves
No amor que se esconde em areias movediças
Sofre as penas no seu gueto, sem tentar.
Nada se conclui ante o pânico da rejeição.
Os beijos desperdiçados
Com suas pegadas de arrependimento frio
Perseguirão o covarde pelas bocas fáceis
Com a memória da outra. |
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Michael Parkes - (1944)
Pintor Americano nascido na Espanha.
Contemporâneo.
O Beijo é pássaro de asas longas
Que dá rasantes no alvo para conhecer seu destino.
Algumas vezes faz ninho.
Outras, se vai e nunca mais volta
Para o cio de plumas com o qual não comungou.
Alada fuga sem rastro, azeda saliva. |
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Nathan Brutsky - (1963)
Pintor Ucraniano Contemporâneo.
O beijo pedinte e maltrapilho
Que sobe no carrossel das ofertas vazias
Por pouco não vira bocejo
Nas bocas contempladas.
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Ferdinand Waldmüller - (1793/1865)
Pintor Austríaco.
O beijo, talvez o definitivo, o que rende flor e fruto
É aquele que se promete
O que se guarda atrás de um sorriso de dúvida.
Quando se dá, não satisfaz
Não um, nem dois, nem mil.
Por ter sabor agridoce de futuro
É melhor do que jamais se imaginou.
Teresinha Oliveira. |
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