quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

ÁTOMOS DE ESTRELAS

   De duas idéias me brota a dúvida no pensamento inteiro.
   É a Natureza realmente tão pródiga que, como um ente mágico, se dispõe a satisfazer nossos desejos e a tirar do chapéu, generosamente, suas criações e criaturas para delas usufruirmos a nosso bel prazer? 
Ou é o homem, o mais tolo dos animais, que com direitos se crê a dela extrair seus dons à força?  Assim os esmaga, os mói, os assa, os ferve, os corta e recorta, os tritura e os destrói enfim.
   É a vontade do homem suprema?
   Estarão certos os teólogos e religiosos das inúmeras crenças por onde o homem se perdeu, ao afirmar que Deus criou o Universo para nosso gozo?    Servir a nós?
    Nós que através dos séculos nos banhamos no sangue da arrogância, criando nossos demônios particulares?
  Seres de alma escassa que não desvendaram nem a sombra da premissa de si mesmo?
 Nem se espantam ante a beleza dos reinos e das espécies?
   Muita pretensão e suposto domínio! A Natureza gera a si mesma, e em si mesma é. Não desperdiça, como nós, seus átomos de estrelas.
   Deixa-se aviltar, porque como velha sábia, tem paciência para vinganças frias.
 

Tela de Joanna Chrobak
'Upadek Ewy' - Óleo sobre tela - 140X170 cm. 
Pintora Polonesa Contemporânea.

Teresinha Oliveira.

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