segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

JOGO DA VELHA


   Encontrei esse "Jogo da Velha" em alguma das muitas revistas antigas que vou empilhando  para ler depois, num pedaço de tempo à toa.
   Foi lembrança imediata, tal qual raio em dia de tempestade, e o rosto da Lyli faiscou no meu cérebro.
   Esse é o jogo da velha perfeito para nós jogarmos, ou ela, já que minhas chances de vitória se resumem a cinco por cento. Não abro mão desse réles percentual, pois mesmo com a mínima derrota ela aprende que não se pode ganhar todas - educação de avó é assim.
   É tão bom vê-la feliz com seu trio de cruzes em linha, exibindo o papel rabiscado como se fosse uma medalha olímpica que não ouso disputar. O destino dos meus círculos é como o meu, desencontrado, e já habituei-me a isso.
   Esse jogo infantil em que gastamos quase hora sentadas, descansa meus músculos e minha paciência de brincadeiras outras, e mesmo perder à exaustão torna-se divertido.
   Qualquer dia ela vai contar a todos que esse é seu jogo preferido, como todos os seus outros brinquedos são classificados, principalmente na hora da doação ou empréstimo.
 Tal argumento e seu olhar enviezado logo justificam a recusa, e jogam por terra minhas tentativas de enfatizar o valor da generosidade e do desapego.
 Se três cruzes e um muxoxo me vencem tão facilmente, imagino o que vem por aí.

                                    Teresinha Oliveira - Julho/2010

Terê Oliva - http://tereoliva.blogspot.com.br