terça-feira, 24 de abril de 2012

ÚLTIMO VERÃO

O sol girou sobre si mesmo e enredou-se em um nó cego
Um nó que nem a própria luz desatou.
Ao perder a hora da partida ali ficou
Incólume à noite.

Aqueceu a resina das árvores que adoçou o ar
Atraiu insetos e pássaros, abriu flor em hora errada
Trouxe barulho d'água solta para perto
Recriou o bosque numa onírica lembrança.

Os raios desse sol sem órbita 

Sombrearam labirintos no teu rosto amado.
Teu rosto, meu último verão.
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Stanislav Sugintas - (1969)
Pintor Lituano Contemporâneo.

Terê Oliva


Um comentário:

Janaina Amado disse...

Gostei do poema, Teresinha. E o quadro é lindo.