Se as estrelas do céu me regem, por que me forjaram fraca e de carne mole
Como minha constelação contradiz?
Por que desvio dos algozes, dos canalhas
Abdico da doce vingança que saciaria meu hálito seco
Desataria meu estômago em nó ?
Sou felina, filha do calor
Nascida nas planícies sem solução de uma África branca.
Ainda assim prefiro o conforto das almofadas e o pires de leite
Que qualquer fome prudente sacia.
Vivo e gozo sozinha na maciez de uma frondosa tristeza
Que em sua sombra acolhe o ser que do sol se esquiva
Por temer a luz de novos desatinos.
Finjo rugir, mas ronrono na surdina por desprezar o barulho das lutas.
Me paralisa a violência e me estanca o sangue essas quinquilharias do viver.
Tela de Michael Parkes
The Last Lion
Teresinha Oliveira
Terê Oliva - http://tereolivablogspot.com.br
Um comentário:
A solidão de estar vivo
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