Curar as feridas, cerzir os cortes
Arrancar os olhos
Beber cachaça...
Se fazem urgentes as medidas
Para a sanidade restaurar
No coração enlouquecido
Que só por vingança ainda teima
Pulsar o sangue, venoso sempre.
As células de ira enrijecidas
Cada uma, agente na espreita
De brecha para revanche
Real causa de vivas continuarem
Compondo o corpo todo.
Nem que sejam necessários séculos
Reencarnações
Um dia...
Depois da devastação que varreu
Uma alma serena
Enfim nascerá claro e limpo.
A angústia nas águas do perdão será lavada.
Não perdão comum, a esmo oferecido
Em troco de réles ofensa.
Mas o perdão fecundo
Que atenua o imperdoável, esquece o inesquecível
Resvala no impossível
Resvala no impossível
Ante a dor que arrancou pedaço
Hospício, assassinato, suicídio.
Perdão que purifica
Trazendo nas asas outro destino.
Tela de Gustave Adolphe Mossa -(1883/1971)
Pintor Francês
Terê Oliva - 1996
Um comentário:
Depois da devastação que varreu
Uma alma crédula e serena
Enfim nascerá claro e limpo
peeeeeeeeeerfeito
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