sexta-feira, 9 de setembro de 2011

TERRA NOVA.

Um cosmo nos céus dessas minhas andanças soturnas procuro
Terras novas, onde viva gente louca.
Que fale a língua dos bichos e das plantas leia os recados 
Nas folhas amarelas ou na explosão da flor.

Que coma o fruto na árvore
Ou arrancado do chão, sujo
Na roupa velha polido antes de ir à boca
Irmão da minhoca, por isso tão gordo.

Que leia os livros que ninguém lê
Pois morto o escritor, sem ninguém saber quem foi
Morre também sua história
Tão linda, que jamais se contou.

Que se emocione com poesias que não entenda
Sentimentos esmaltados nas palavras em versos
 Do confuso poeta que nela se entregou. 
Só sentiu, não pensou.

Que ame as crianças com o arrebatado amor
Da alvorada pelo dia e do crepúsculo pela noite
E descubra em seus olhos a razão do mundo
Pois só ali ela se encontra.

Que desafinado cante canções antigas sem pudor
Ao dançar com passos frouxos 
No desencontrado ritmo de violões e flautas
E sozinho se divirta nas artimanhas de uma alegria vã.

Com essa gente meio doida, meio sã, que pouco quer
Pouco tem e muito sabe, povoaria meus dias
 Que frente ao futuro se extinguem, sem nessa gente esbarrar. 


Tela de Jonathan Day.

Teresinha Oliveira.








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