Tarde monótona,quase triste como passarinho de asa cortada.
Feriado de dia santo.
Cristo morreu hoje e eu por aqui, sem luto ou angústia
Na sessão do cinema poeira.
Vazio.
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Um gato pingado aqui, outro acolá.
Na maré escura, enfeito com as cores da tela
A solidão que me escapa pelos dedos das mãos
Unhas pintadas, caprichado vermelho
Como o sangue Dele que há milênios tentou.
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Estou única .
Sem amigo, sem amante, sem irmão.
Sem amigo, sem amante, sem irmão.
Vivendo no retângulo mágico de luz e sombra
Que a nada arremete
Ao contrário, arremata no feixe raptor.
Ao contrário, arremata no feixe raptor.
Estar só
Capturada pelos grãos de pó que dançam livres
Capturada pelos grãos de pó que dançam livres
É um jeito especial de estar, sentir e pulsar.
Ar mais fundo e percepção do que junto não se revela.
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Eu, por aqui esquecida
Espero que o filme, afinal termine
Antes que a tarde engalfinhe a noite
E me faça voltar para onde não há.
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Espero que o filme, afinal termine
Antes que a tarde engalfinhe a noite
E me faça voltar para onde não há.
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Obra de Robert Doesburg - Pintor Holandês
Óleo sobre tela (100x120 cm)
Teresinha Oliveira (Abril/1998)
Um comentário:
Me dá a sensação quando li o texto de uma imagem cigana.
Fascinante e misterioso.
Abraço Cy.
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