Rede bem clara, branca, bem quase...
Prisioneira dos ganchos, a mim também torna
No vai e vem sem caminho, balanço de berço, colo de mãe.
No vai e vem sem caminho, balanço de berço, colo de mãe.
Cadeiras de palha, mil nós com arte trançados
Por mãos de artesão lá de longe, que ninguém cá conhece
Tapete de corda repousado de gato, preguiçoso felino
Imóvel aos gestos do dia que chega pulando o portão
Insetos robustos de sangue noturno, arrumam as camas
Onde a ânsia da luz desistiu de brilhar.
O ar, de sol atravessado, vira poeira de dia a espalhar
Minúsculas pétalas que vento de flor desnudou.
Cenário perfeito, amanhecendo varandar
Onde Deus sentadinho sempre me espera.
Pai paciente, em vão tenta explicar, a um grão de areia
Toda abissal profundeza do mar.
Tela de Francis Davis Millet - (1846/1912)
Pintor Americano
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Pintor Americano
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Teresinha Oliveira - 1995.
4 comentários:
Deus sentadinho sempre me espera. E eu sempre atraso.
Belissimo minha querida, uma ótima Páscoa só um pouquinho atrasada!
Obrigado minha linda! :D :D :D
Ótimo texto, adoro quando um texto consegue me fazer sentir NO texto. Por um momento estive em uma rede, adormecendo ao ver um gato, sentindo a presença do criador.
Obrigado por esse momento.
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