Se estas estrelas de julho me regem, por que não me criaram assim: forte, imponente, segura a exibir presas e garras como minha constelação determina ?
Por que não persigo meus algozes sem descanso? Àqueles que me traíram, mentiram e desmoronaram minha casa, pedra a pedra, só me deixando o chão cru e o corpo magro.
Não desejo a vingança na carne alheia? A chama do paradoxal fogo que no prazer do rancor tudo destrói, inclusive o ser andejo, que pela vizinhança também arde e mesmo assim se compraz.
Não desejo a vingança na carne alheia? A chama do paradoxal fogo que no prazer do rancor tudo destrói, inclusive o ser andejo, que pela vizinhança também arde e mesmo assim se compraz.
Pobre de mim, felino manso, que prefere o conforto das almofadas e o píres de leite, e após o sono volatiliza o ódio no ar que não mais se respira.
Que vive e goza sozinho na maciez da solidão, ronrona e não ruge por não gostar do barulho das lutas, e se assusta com qualquer faísca de fúria. Prefere ser estrela desgarrada, imóvel ante a andança do seu pedaço de céu, que lhe desenha bicho.
Que se paralisa na violência, e estanca o sangue nessas quinquilharias predatórias do viver.
Melhor assim...
Melhor assim...
Teresinha Oliveira (Março/1998)
2 comentários:
...isso....é o aceitar da derrota...??
Beijo
ANDRADARTER- Creio ser sinal de inteligência. Não existe nada mais burro do que a violência, é a absoluta falta de argumentos. Só entro em lutas que possa vencer,mas no fundo, meu lado irracional gostaria de socar muita gente por aí :•)Grande beijo.
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