" Em mim todas as afeições se passam à superfície, mas sinceramente. Tenho sido actor sempre, e a valer. Sempre que amei fingi que amei e, para eu mesmo finjo."
Fernando Pessoa - Livro do Desassossego►261
Também me constrange esse lago parado, cujas águas refletem o rosto que não vejo no espelho.
A afeição é hábito adquirido, personalidade dos bem-humorados, nada mais.
Na borda sobrevive, mas aí se basta. Em larga extensão não permite profundidade maior.
A afeição é hábito adquirido, personalidade dos bem-humorados, nada mais.
Na borda sobrevive, mas aí se basta. Em larga extensão não permite profundidade maior.
As profundezas são para poucos, bem poucos na verdade.
Gente que num barco perto navega e sabe que a linha do horizonte é além do que se vê.
Gente que num barco perto navega e sabe que a linha do horizonte é além do que se vê.
Mas meu amor, mesmo parco é real, e misterioso como uma gargalhada de criança ou o olhar de um cão.
Querido amigo, o teu desassossego não tem fim, e o afeto fingido nem a ti mesmo convence.
Lamento este estranho jeito de não sentir, próprio dos que são dóceis diante da vida.
Febril sonâmbulo que nada mais desperta.
Lamento este estranho jeito de não sentir, próprio dos que são dóceis diante da vida.
Febril sonâmbulo que nada mais desperta.
Tela: Carl Spitzweg (1808/1885) - Pintor Romântico Alemão.
Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br
Terê Oliva
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3 comentários:
Adorei a pintura! Ótimo final de semana minha querida!
JASON- Também me apaixonei por ele. Se quiser ver a tela em detalhes, é só clicar sobre ela.
Bom de semana prá você também.
Costumo fazer isto mesmo. :D
A do post acima também é maravilhosa!!!
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