sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

MOINHOS DE VENTO

Felicidade é uma deusa velha e irônica que
Em suas vestes a utopia esconde
Entre seus véus dança
Frente àqueles que com esperança para ela sorriem.

Moinhos cria com luzes e sombras
Sela cavalos e afia lanças
Faz da terra brotar cavaleiros e donzelas
Ouro, palácios e sonhos
Beijos de amor verdadeiro.
O possível de uma fonte faz jorrar
Como água fresca do regato oculto
Na rocha por espinhal cercada.

Sua mão dissimulada assina
O autorretrato de todos.
Com tintas de aquarela os tinge
Antes de amassá-los e esquecê-los
No fundo da gaveta dos dias.

No afã da normalidade
Dela os seres se acercam
E oferendas colocam a seus pés.
Frágil anseio de suportar a vida
Sem se estilhaçar nas pás do moinho.


Tela de Alberto Godoy - (1960)
Pintor Cubano Contemporâneo

Terê Oliva



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