sábado, 30 de julho de 2011

ESCUDO E ADAGA

Riso estranho esse...
Ecoa, mas não convence
A própria alegria que dele foge.
Finge-se de riso
A tristeza que lá dentro mora
Há tanto que virou sempre
Em algum beiral da alma sentada.

Não olhem assim para esses olhos
Nem ouçam assim esses risos
Procurando entender o que mesmo eles
Cegos e roucos desistiram.

Brilham os olhos
Sorriem os lábios...
Por hábito
Ou por escudo e adaga.

Paul Gustave Fischer (1860/1934) - Pintor Dinamarquês.

Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br



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