quinta-feira, 28 de julho de 2011

VISÃO DE LAMPARINA


Meucaminhos eu mesma desencontro e neles me lanho entre fomes e frio.
Perco-me e tateando às cegas, sigo o instinto de bicho arisco que rejeita o afago
De mãos indiferentes que no gesto raso movem-se sem convicção.
As escolhas de névoa só a mim competem como ser e labirinto.
Não venhas tu, pretenso juiz de barba mal feita e corvos pousados aos ombros
Espantalho de um campo seco
No paroxismo da verdade em que a vida se perde
Ensinar-me o percurso correto ante teus olhos míopes
De visão turvos
Que vagueiam em lamparinas crendo ser faróis.

Tela de George Tooker -1920/2011- Pintor Americano.

Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br

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