" Cair em ti, cada vez mais longe da mísera ficção de mim."
Inês Pedrosa - 'Fazes-me falta' - Editora Alfaguara.
Quisera amar assim...
Além dessa pálida sombra que passeio pelas paredes do quarto vazio.
Além dessa pálida sombra que passeio pelas paredes do quarto vazio.
Amada ou não, pouca diferença faria se o amor existisse em mim, no peito há muito crestado nessa espera vã.
Quisera que um amor assim em mim jorrasse, como fonte de água fresca, e me reconciliasse
Com espírito da vida, com o dínamo dos desejos, com a pantera no cio que na moita espera o momento do salto.
Rezaria para que a lua, num capricho qualquer mudasse o giro e trouxesse no rastro de sua luz a benção do teu olhar.
Aí então eu seria outra.
Mas nunca surgiste.
Nunca com a força devastadora de explodir estrelas e desalinhar astros.
Os cenários permaneceram intactos ao longo das minhas estações, e frio e calor, flores e frutos se revezaram sem surpresas.
Não! Não fugi nem me escondi.
Sempre estive aqui, cercada pela fumaça do meu cigarro e por algum perfume ocasional.
Almíscar, muitas vezes, por me contarem afrodisíaco e ponte para amores distantes.
Vã tentativa de cheiro e ação.
O meu sem jeito com as palavras levou o amor, sujeito e predicado, para tão distante que jamais encontrei.
Assim vivi a vida que desejava e a que não
Dias possíveis nas escolhas certeiras e impossíveis através dos enganos.
Atirei flechas adoçadas em meu sangue morno como os deuses do amor antigo
A força na distensão do arco meus músculos queimaram
Mas o que sempre me faltou foi a visão do alvo.
Tela de Carolus Duran - (1837/1917)
Le Baiser - 1868
Auto-retrato do artista e de sua mulher récem-casados.
Pintor Francês.
Teresinha Oliveira
Com espírito da vida, com o dínamo dos desejos, com a pantera no cio que na moita espera o momento do salto.
Rezaria para que a lua, num capricho qualquer mudasse o giro e trouxesse no rastro de sua luz a benção do teu olhar.
Aí então eu seria outra.
Mas nunca surgiste.
Nunca com a força devastadora de explodir estrelas e desalinhar astros.
Os cenários permaneceram intactos ao longo das minhas estações, e frio e calor, flores e frutos se revezaram sem surpresas.
Não! Não fugi nem me escondi.
Sempre estive aqui, cercada pela fumaça do meu cigarro e por algum perfume ocasional.
Almíscar, muitas vezes, por me contarem afrodisíaco e ponte para amores distantes.
Vã tentativa de cheiro e ação.
O meu sem jeito com as palavras levou o amor, sujeito e predicado, para tão distante que jamais encontrei.
Assim vivi a vida que desejava e a que não
Dias possíveis nas escolhas certeiras e impossíveis através dos enganos.
Atirei flechas adoçadas em meu sangue morno como os deuses do amor antigo
A força na distensão do arco meus músculos queimaram
Mas o que sempre me faltou foi a visão do alvo.
Tela de Carolus Duran - (1837/1917)
Le Baiser - 1868
Auto-retrato do artista e de sua mulher récem-casados.
Pintor Francês.
Teresinha Oliveira
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