domingo, 10 de julho de 2011

ODEIO O DR.HOUSE

Ele continua, ano após ano, frequentando nossa casa.
 Mesmo sem ser convidado o sujeito ante um descuido de nossa atenção, se empoleira como ave de rapina nas nossas TVs de muitas polegadas, compradas após tempos de desejo e prestações contadas.
Num acinte de sarcasmo, o que lhe é característico, ainda ocupa a tela com todas as rugas e cores, graças aos mil e não sei quantos traços dessas imagens modernas.
Sei de gente que o admira, que fica acordada madrugada adentro saboreando o sangue, as vísceras, as convulsões, os tumores e tremores dos pobres- diabos que lhe caem às mãos... Valha-me Deus, Nossa Senhora!
O sábio detetive das mazelas inescrutáveis, torce e retorce o paciente com o auxílio da sua equipe de algozes que também se comprazem com esses métodos investigativos de dor, sadismo, tentativa & erro.
O portador da doença que nunca se sabe qual, entra em pânico e agarra-se às bordas dessa vida, como se fosse ela uma maravilha que merecesse cada espetadela e experimento do Dr. Jekyll moderno.
Já avisei à família e amigos que, se ou quando, um dia me der um piripaque não tentem descobrir a causa. Analgésicos para amenizar a dor já me deixarão feliz. 
Façam como uma conhecida fortuita que ao perder a mãe de 86 anos, após permanecer por duas décadas acamada com Mal de Parkinson e todas as funções vitais comprometidas, consolava-se afirmando :- "Foi erro médico..."

Obra de Denis Zilber
Ilustrador Israelense

Terê Oliva


Um comentário:

JasonJr. disse...

é a vida, é a vida...