sábado, 13 de agosto de 2011

ANJOS CAÍDOS DO CÉU POR DESCUIDO

Criança é um ser diferente, bicho com jeito de anjo que mete medo em muita gente grande.
Até se compreende motivo...
* Tela de August Hein.


Quando rabiscam a parede toda que você pagou uma fortuna para
ser pintada há apenas quinze dias.
* Tela de Aleksandr Evgenevich Kosnichev


Quando levam para a cama, de lençóis limpinhos e perfumados, os
bichos que você comprou sem querer comprar, após muitas lágrimas e promessas, e dos quais não consegue mais se livrar.
* Tela de Emile Munier


Quando as meninas brincam de comidinha e é você a cozinheira escolhida para elogiar a gororoba e varrer as  migalhas do chão.
* Tela de Pitronella Peters


Quando quase tem uma síncope cardíaca ao testemunhar os perigos a que
eles se expõem.
Se algo der errado, ainda faz o curativo, enxuga as lágrimas,
aguenta heroicamente os gritos que quase perfuram seus tímpanos
e, o pior de tudo, ainda leva a culpa pelo acontecido.
 * Tela de Karl Raupp


Quando enchem a casa com os amiguinhos, quase sempre mais levados do
que a sua já indomável cria, aqueles que as mães, tão distraídas esquecem por lá,
justamente na hora do almoço, que emenda com o lanche, quiçá com o jantar.
* Tela de Theodor Kleehaas


Quando se distraem com algum jogo e uma esperança de sossego brota no seu tolo coração . Mas lá está
você de novo, advogada e juíza, mediando questões entre
vítima e ladrão.
* Tela de Frederico Olaria


Quando as meninas, sem mãos hábeis para vestir as bonecas, solicitam seus dons de modelista e a faz  exaurir sua preciosa paciência para a colocar na gorducha bebezinha
o vestido da Barbie, ou na Barbie o da gorducha.
* Tela de Evert Pieters


Quando, após muitas reclamações dos professores, pela bagunça em sala de aula e notas baixas  do seu Einstein, você estoura o orçamento familiar
 e contrata psicólogo e professor particular.
* Tela de Aalbert Samuel Anker


Quando depois da ideia brilhante que você mesma teve, de medir a altura
da girafinha num portal e marcá-la, eles decidem acompanhar o
crescimento do próprio pescoço, centímetro a centímetro, pelos portais
da casa inteira.
*Tela de Jie-Wei Zhou


Quando eles ganham um arco e flecha de presente -mãe não compra
essas coisas- e qualquer objeto ou pessoa vira alvo. O arqueiro mirim
só desiste do personagem da Idade Média ante a ameaça dele mesmo virar alvo de castigo.
* Tela de Harry Brookers


Quando seu bebê, que tinha todos os dedinhos, o narizinho do papai,
os olhinhos da mamãe, se transforma no terror dos professores,
da família e dos amigos.
Agora você compreende porque os convites para as festas e comemorações na casa dos outros rarearam.
Magoa, mas se justifica.
* Tela de André Henri Dargelas



Quando a higiene da sua cozinha não é mais confiável.
 Eles usam o que primeiro lhe cai às mãos para alimentar seus bichos,
encher de terra para seus bolinhos de lama, e se tiver tampa, guardar
formigas, minhocas e outros insetos que caçarem no quintal.
* Tela de Henry Jules Jean Geoffroy


Quando dormem, em névoa tudo isso se dissipa.
O que permanece sólido ao toque e à alma é um amor 
de amnésia total, onde se pensa até em gerar outros.
* Tela de Marie Lobrichon Timoléon

Terê Oliva




Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela seleção. Adorei!