Vi uma borboleta azul
Mas não era azul.
Era prateada
Mas não era prateada.
Parece agora, longe
Da folhagem úmida
Que o azul apaziguou-se em prata
Ou a prata azulou de orgulho
Ao pintar asa tão largas.
O avesso das asas era ocre
Cor de chão lamacento.
Lembrança da lagarta de outrora
Hoje carcaça seca
Em alguma árvore abandonada.
Túmulo e berço
Da magnífica borboleta
Que voa cingindo sobrevoos
Imune à rede dos homens
Nesse recanto de floresta
A espargir lágrimas de orvalho
Na manhã prata e azul.
Tela de Guillaume Seignac - (1870/1924)
Pintor Francês.
Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com.br
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2 comentários:
que magnífica a sua escrita.
o vai e vem no jogo de ideias , faz do poema um convite a esta viagem colorida e cheia de coisas não ditas
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