sexta-feira, 26 de agosto de 2011

CAMINHO D'ÁGUA

Quero ir.
Com malas e cuias. 
Gaivota que voa em firmamento de úmida textura
  Delfim que mergulha, entre azul e verde do oceano sem pé.
Para onde os pássaros não contaram, nem peixe 
Nenhum bicho marinho sequer sussurrou.

Alma em velas 
Aos ventos da Rosa desfraldo.
Navio, fragata, veleiro...
Sigo rastro de cometa no céu.
Giro mundo, atravesso mar e pedra 
Perco-me no atlas das ondas em tropel.

Circundo atóis onde desterrados habitam 
Cruzo com barcos de desconhecidas bandeiras.
Cadáveres de afogados não me assustam 
Nem aos hipocampos que ao redor deles dançam.
Lado a lado navego com o cardume de atuns prateados 
Cujo brilho seduz e promete destino.

Fecho escotilhas e no horizonte ao longe
Diviso sereias que convidam:
Vem!
Na reta desapareço, nos círculos d'água evaporo.
   
Quem não sabe onde ir não reconhece o chegar
Por isso sigo, infinda.

Tela de John Henry Frederick Bacon - (1839/1912)
Pintor Americano.

Terê Oliva



3 comentários:

Andradarte disse...

Quem não sabe onde ir não reconhece o chegar.
.......
É esse o grande mal....,para onde
queremos ir....????Andamos à deriva..
Beijo

Maria Rodrigues disse...

Lindissimo poema. Concordo plenamente, que é necessário estabelecer uma meta final, só assim conseguiremos saber se a alcançamos ou não.
Bom domingo
Beijinhos
Maria

Anônimo disse...

não reconhece o chegar de saudade.

cadê você? :)