A palavra é um enigma
Com intrínseca magia que em si mesma esconde
A essência de ser ela e não outra.
Veio rolando de povo em povo, ganhando letra, perdendo acento
Subiu monte, cruzou mar, e nas línguas das gentes ficou pronta
Assim pronta ficou bonita, se não tanto, disso ninguém tem culpa
O feio também tem nome e necessário foi citá-lo.
O feio também tem nome e necessário foi citá-lo.
Tantas nasceram e se reproduziram sem controle, prole sem dono
Que um sábio bondoso que amava a cada uma
Que um sábio bondoso que amava a cada uma
Mesmo as desgraçadas, as nojentas, as inexequíveis, as puídas e imundas
Guardou-as em um livro grosso.
Apesar de tanto apuro até hoje não se explica
Poucos filósofos e poetas nisso pensam
Por que caranguejo não é formiga
E o amor cismou de rimar com dor ?
Tela de Alexei Antonov - (1957)
Pintor Russo Contemporâneo.
Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com
Pintor Russo Contemporâneo.
Terê Oliva
http://tereoliva.blogspot.com
2 comentários:
Menina, que definição tão bela de palavras.
Eu me perco por elas quando dão formas e saem assim, versos adoráveis como estes.
Parabéns!
Abraço-te
Bom dia, minha querida amiga bukowskística!
Adorei a imagem :)
Guardou-as [palavra, alegria e solidão] em um livro grosso: Ulysses.
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